terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Cuidado com o barman


ELES VIRARAM TENDÊNCIA ENTRE AS GAROTAS DESCOLADAS – COMO A SUA

26/12/2013 - 09h13 - POR IVAN MARTINS


Estes dias, conversando com mulheres da vanguarda noturna paulistana, percebi que há um novo objeto de desejo na praça: o barman. Aquele sujeito discreto e boa pinta, que passa a noite do lado errado do balcão enquanto você se diverte, que faz sucesso com mulheres de todas as idades. Ao menos entre as mulheres que bebem, que constituem 100% das minhas conhecidas.

Se você perguntar as razões do interesse feminino, vai receber um monte de respostas circunstanciais – o cara é gato, teve um papo legal comigo, gosto de tatuados –, mas elas não explicam a popularidade geral da categoria. Na realidade, é a atividade, e não o cara, que explica o fascínio. Em pé no meio da pista, ou sentado ao lado das freguesas, o mesmo sujeito não causaria impacto. Mas naquela posição de autoridade, vira o centro das atenções. Ele é um, nós somos muitos. Parece uma versão silenciosa da cantora de bar: quem nunca deu uma cobiçadinha?

Essencialmente, o barman tem de ser entendido como o cara que fornece drogas legalizadas. A garota encosta meio triste no balcão e, uma hora depois, está feliz. Graças ao sujeito que preparou duas taças de Cosmopolitan ou conseguiu para ela as latinhas mais geladas do freezer. Ele é o dealer. O mérito da euforia pertence ao álcool, mas o sujeito risonho e cativante – que elogia o cabelo e o sorriso, que olha discretamente para o decote – é quem recebe a onda de gratidão embriagada das mulheres. Se as circunstâncias ajudarem e se ele quiser, a coisa rola.

É bom lembrar que os bares descolados das nossas metrópoles não têm mais gente feia servindo. A ditadura da beleza está por toda parte. Quanto mais cool o lugar, mais bonitos e mais jovens são os garçons e garçonetes. Além do barman, claro. Não são poucas as chances de que lavando os copos e preparando os drinques esteja um hipster de 1,90 metro que parece ter acabado de desembarcar de Seattle, cheio de tatuagens e com aquele olhar distante de quem já viu o mundo. As minas piram.

A atitude deles também colabora para a aproximação. Por definição, barman é atencioso. Por definição, mulher adora atenção. Tremenda combinação. Uma amiga casada me disse que passou três horas num bar, enchendo a cara, porque o barman a tratava como se ela fosse a mulher mais interessante da cidade. Outra contou que adora o flerte discreto dos sujeitos. “A gente fica ali, escutando aquilo, e vai bebendo. É tão gostoso...” Depois passa mal, e o namorado (não o barman) é quem leva a princesa pé de cana ao Pronto Socorro, mas essa é outra história.


Depois dessas conversas, parei de pensar no barman como um elemento neutro da paisagem – ou como aquele malabarista bobo do filme Cocktail, do Tom Cruise. Tal como eu vejo, o barman contemporâneo é uma espécie de Rick, o personagem de Humphrey Bogart em Casablanca. Ele tem boas tiradas, oferece aconchego emocional e álcool, mas, essencialmente, a lealdade dele é com o negócio, não com a dama. Mas é duro explicar isso a uma mulher embriagada. Se a sua parecer encantada demais com o barman, simplesmente dê mais atenção a ela. Ou álcool.

'Concordo em parte com o Sr. Ivan Martins. Mas não é só cuidado com o Barman, pois também existem os cantores, o pessoal que faz shows em barzinhos, e muitos espertinhos de olho na sua gata, mas se você confia no seu "taco", e confia na sua mulher, namorada ou ficante, tudo bem, não "esquente a cabeça". Se flagrar alguma coisa ou tiver certeza da traição, "parte para outra", tem muitas mulheres finas, inteligentes, carinhosas, apetitosas e fieis por ai, é só encontrar a sua.'
 Hedy Lennon


Fonte: GQ


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